História
O Akita Japonês, igualmente conhecido por Akita Inu ou Shishi Inu, é considerada a maior raça japonesa de cães. Pertence à família dos spitz, composta por mais seis variedades: Shiba Inu, Hokkaido Inu, Kai Inu, Tosa Inu, Shikoku Inu, Kishu Inu.
Pensa-se que o Akita Japonês seja herdeiro de mais de 300 anos de história, ao longo dos quais desenvolveu diferentes papéis na companhia do homem. Foi inicialmente utilizado para a caça de javalis, ursos e veados na região de Akita, sendo também capaz de trabalhar na neve profunda.
Todavia, o passado deste cão carece de factos históricos precisos, uma vez que pouco se sabe como se desenvolveu ao longo dos tempos. Pensa-se que foram efectuados vários cruzamentos com outras raças de cães, o que lhe foi conferindo características físicas variáveis.
Provavelmente, o intuito seria o de obter um exemplar mais capaz na luta de cães. O Tosa Fighting Dog, o Mastim, Pastor Alemão e o São Bernardo, são algumas das raças sugeridas pelos autores. No entanto, apesar de mais robusto, o Akita não revelou ser o talentoso lutador que se esperaria.
Para além do "desporto" (e da já mencionada ajuda na caça), o Akita Japonês foi igualmente cão de companhia de muitas famílias aristocráticas japonesas.
A I Guerra Mundial veio revelar-se um período particularmente difícil para esta estirpe, cujo insaciável apetite pouco pode ser satisfeito nesta altura de escassez. Muitos morreram à fome e o perigo de extinção chegou a ameaçar esta estirpe.
No entanto, em 1931 foram encontrados alguns Akita que, por não estarem ligados à luta de cães, poderiam constituir-se como exemplares raros para uma futura selecção. No ano seguinte, esta raça começa a ser matéria dos jornais nacionais, por causa de um episódio ocorrido com um Akita que esperou pelo seu dono até à morte, sem saber que este já havia falecido longe de casa.
Esta popularidade, acrescida da vontade de alguns criadores, criou a conjuntura ideal para que a nível institucional fossem tomadas algumas medidas que contribuíram para assegurar a sobrevivência da linhagem e retirá-la do estado preocupante em que se encontrava. Exemplo disso foi a sua designação como "Monumento Nacional do Japão" e toda a publicidade (em selos e não só) que tal acto cerimonial envolveu. A fundação, em 1927, da "Sociedade Protectora do Akita Inu", foi igualmente importante, bem como todos os esforços posteriores a nível de selecção e apuramento da estirpe.
O Akita chega aos EUA em 1937, tendo sido remetido a Helen Keller, e chamava-se, curiosamente, "Kamikaze-go". A década de 40 revela-se um dos períodos mais cruéis para esta raça, uma vez que, com o início da II Guerra Mundial, muitos destes cães foram abatidos e a sua pele e carne aproveitadas. Só em tempo de paz é que a raça foi restabelecida, sendo desenvolvida simultaneamente no Japão e nos EUA.
A introdução da estirpe nos EUA deu-se com maior seriedade nos anos 40 e 50, e originou o aparecimento de uma nova "linha", característica por uma "cabeça de urso" maior (a japonesa assemelha-se à de uma raposa) e por uma estrutura óssea mais robusta (precisamente oposta á original porque mais leve).
Em 1956, foi fundado o Akita Club of America mas, só em 1972, é que a raça começa a ser registada no Livro de origens do Kennel Club.
Actualmente, estes cães são mantidos sobretudo como animais de estimação, mas continuam a ser utilizados pela polícia, na terapia e como cães de guarda.
Temperamento
O Akita é portador de instintos de caça bastante apurados e é fisicamente bastante robusto. Adicione-se-lhe um temperamento independente e dominante, para não ser provavelmente a melhor opção para um dono pouco experiente.
Na sua relação com os donos, ele é gentil e dócil, demonstrando ser um amigo leal, sempre pronto a proteger o seu dono e a propriedade.
Não é um animal muito sociável, no sentido em que não aprecia particularmente a companhia de crianças (mas tolera as da família) e pode ter atitudes agressivas face a animais de estimação que lhes eram estranhos. O ideal é que seja habituado desde pequeno a conviver com pessoas que lhe sejam estranhas e sujeito a uma educação firme e consistente, para que se garanta o seu controle em situações de maior espontaneidade.
Necessita igualmente de muita atenção por parte do dono, que o deve despertar para as mais variadas actividades, já que é muito energético. Como cães de guarda são extremamente corajosos, atentos e algo silenciosos.
Descrição
O Akita é um cão de porte grande, cuja altura na cernelha varia, nos machos, entre os 66-71cm, e nas fêmeas, entre os 61-66cm. O seu peso oscila entre os 33,7 e 48,6Kg.
A sua pelagem é áspera, lisa e dura e o sub-pêlo é bastante denso e macio. São permitidas quaisquer cores malhadas e (branco com manchas pretas irregulares). A região facial por vezes apresenta uma máscara de cor igualmente variável.
O crânio é grande e achatado, a testa larga e o chanfro é bem definido. O focinho é de comprimento moderado e afunila ligeiramente. Os olhos amendoados são típicos dos spitz. São um pouco pequenos, inseridos um pouco obliquamente e afastados entre si. As orelhas apresentam-se erectas e são grossas, triangulares e com pontas arredondadas.
O pescoço é musculado, sem papadas, terminando num peito profundo e amplo. As costelas são moderadamente arqueadas e o dorso é firme e robusto. Os quartos traseiros são bem desenvolvidos. As patas são fortes e redondas e a cauda de inserção alta é grande e é mantida enrolada sobre o dorso.
Observações
Esta raça tem uma esperança média de vida de aproximadamente 12 anos de idade. Existem alguns registos de ocorrência de doenças graves nesta estirpe, de que são exemplo a displasia da anca, problemas do foro neurológico e entropia.
O seu pêlo deve ser escovado mensalmente e com mais frequência na mudança de estações.
Este é um cão que necessita de praticar bastante exercício físico já que o seu porte de atleta torna-se irrequieto se fechado em casa o dia todo. O ideal é que o levem a passear e a correr (em zonas seguras, sem cães à solta) até duas horas por dia.
Estes animais têm um apetite avultado, mas não desproporcional ao seu tamanho e constituição física. Uma alimentação equilibrada é crucial para que cresçam saudáveis.
Podem viver dentro de casa desde que pratiquem alguma actividade física diariamente.